Monitorização da resiliência de Corais do Parque Nacional do Bazaruto, 10 a 30 de Novembro de 2021

De 10 a 30 de  Novembro uma equipe de mergulhadores cientistas reuniu-se em Vilanculos para monitorizar a resiliência dos recifes de corais dentro do Parque Nacional do Bazaruto.

A equipe era formada por:

Rod Salm e Ed Warner da  Nature Conservancy

Melita Samoilys, David Obura and Mishal Gudka do Cordio

Isabel Marques da Silva CICA-FCN-UniLúrio

A equipe encontrou boas condições para mergulhar e uma equipe do parque muito prestável e eficiente.

Tal como em outras áreas marinhas protegidas (MPAs) em todo o mundo, os recifes de coral do PNB estão ameaçados por uma variedade de ameaças antropogénicas e naturais, incluindo alterações climáticas, desenvolvimento humano e surto de doenças (Hill & Wilkinson, 2004; Marshall et al., 2006; Mcleod et al., 2014; Salm et al., 2000; Shaver et al., 2020). Estes factores de stress põem em perigo os extensos benefícios dos recifes de coral, que são bem conhecidos e no PNB são a pesca, o turismo, a protecção costeira, a biodiversidade, e o património natural (Mònico & Gaylard, 2019; Salm et al., 2000). Os benefícios adicionais dos recifes de coral surgem das suas intrincadas interacções com outros habitats críticos no PNB, uma vez que fazem ciclos de nutrientes e trocam fauna com mangais e ervas marinhas, minimizam a erosão das dunas, e fornecem viveiros vitais para peixes pelágicos alvo da pesca de profundidade, entre outras interacções (Marshall et al., 2006; Mònico & Gaylard, 2019; Salm et al., 2000). A degradação significativa deste habitat não só diminuiria o valor dos serviços relacionados com os recifes, como também causaria potencialmente um efeito de cascata através de outros ecossistemas e comprometeria amplamente a visão de gestão a longo prazo do PNB (Mònico & Gaylard, 2019).

A organização da gestão de corais do PNB em torno dos princípios de resistência e resiliência oferece uma estratégia prática que demonstrou ter alcançado resultados de conservação positivos quando devidamente implementada (Mcleod et al., 2014). As metas globais e regionais de biodiversidade também se alinham com estes princípios e, assim, fornecem referências internacionais claras para medir e avaliar o progresso do PNB (Hein et al., 2020; Maynard et al., 2017; Shaver et al., 2020). A aplicação desta abordagem à gestão dos recifes de coral deve, portanto, dotar a liderança de Bazaruto da capacidade de minimizar os danos aos recifes; de assegurar a sua saúde a longo prazo; e de ajudar a garantir a sustentabilidade social, ecológica e financeira do Parque.

               Pontos altos dos mergulhos: xaréus azul, otubarão cinzento de recife, a tartaruga de bico e os corais gigantes ( de cima para baixo e da esquerda para a direita)